Uma voz, sem rosto, nem sombra,
Um sorriso, desprovido de alegria,
Um olhar que não vê, nem alcança,
É um coração que amava ou fingia?
É um toque que não existe, existiu?
Presença que se vê, bem afastada.
E habita nas entranhas das entrelinhas
Que deixou a alma desencantada.
É sombra que me segue diariamente,
Sem jamais me querer ou pertencer.
É um poema que se desenha vazio,
Sem papel, nem vontade de escrever
Tudo é só pensamento, anseio,
Eco, sonho, tristeza ou ilusão.
Mas quem pode chamar de mentira
O que vive e pulsa no coração?
Foi assim que o Sonhador te enxergou,
No silêncio amargo do último adeus.
Ali morreram os sonhos que sonhou,
Não só os seus, mas também os meus.
Mesmo que tudo se desfaça no tempo,
Como a neblina que foge da mão,
Ainda assim, resta a beleza do sentir
A verdade eterna da imaginação.
Autor: Um Eterno Sonhador
#NG