E enquanto o mundo gritava lá fora,
ele me convenceu, mais uma vez,
de que o silêncio nunca foi ausência.
Sempre foi presença demais.
Presença demais do que habita em mim, calado,
presença demais do que sufoca e nunca foi gritado.
Presença demais daquilo que finge dormir,
mas acorda toda noite só pra me ferir.
Na verdade, tenho até medo.
Medo de tudo o que mora nesse silêncio agitado.
Medo de mim, de lembrar, de sentir,
medo do que o silêncio insiste em não deixar partir.
Medo de querer, sem me entregar.
Medo de me doar e não receber.
Medo de ser o que não sou.
Medo de ser, intensamente quem sou.
Autor: Um Eterno Sonhador.