Tu eras pedra sob o chão da dor,
Oculta em sombras, sem valor à vista,
Mas em teus olhos brilhava o ardor,
De uma alma rara, intensa de amor.
Passos cansados cruzaram teu caminho,
Mãos calejadas, toque de esperança,
Garimpeiro da vida, semeando carinho,
Viu além da crosta, a tua aliança.
Ele não lapidou, só revelou
O que em silêncio já resplandecia.
Teu brilho, que o tempo adormeceu,
Ganhou voz, forma e poesia.
Não foste moldada, foste reconhecida.
Tua essência não se criou no instante,
Já eras rara, desde o início da vida,
Apenas precisavas de um olhar vibrante.
Agora brilhas, não por quem te achou,
Pois sempre foste uma estrela a arder,
Quem enxerga o ouro onde não brilhou,
Carrega no peito o dom de entender.
Autor : Um Eterno Sonhado
#JNG